quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Afagamento das Cavernas...
... quase uma série com vários episódios

Ao longo do ano, idas e vindas entre Cavernas...

Não é uma etapa fácil, além de trabalhosa, cansativa por conta da posição (sempre sobre alguma escada), artesã por natureza e com milímetros de sobrematerial com suas inclinações e nuances em cada altura.

Trabalhei em várias alturas, iniciando pelas Trincanizes, que servem sempre como referência de curvatura a ser seguida.

Dividi o perímetro da Caverna em medidas espaçadas em 300 mm... com isso, fui ajustando com uma régua de 13 metros que simula um Strip e buscando encontrar o melhor ponto do afagamento de cada uma das Cavernas, nunca me esquecendo que elas também precisam estar homogeneizadas entre si.

réguas simulando o strip para controle do afagamento

posicionamento a 300 mm da régua a boreste
(vista para a popa)

posicionamento a 300 mm da régua a boreste
(vista para a proa)

anotações dos desbastes e ajustes necessários

réguas posicionadas a 300 mm

As Cavernas próximas à Proa são as mais curtas, depois as próximas à Popa e as mais longas estão próximas à Boca do Veleiro, que é a maior largura transversal do Casco.


cavernas próximas à proa são mais curtas

vista das cavernas a partir da popa para a proa
(no centro as cavernas são maiores)

Fiz isso em quase todos os meses... é um trabalho cansativo e para não trabalhar cansativo e fazer bobagens, cometendo erros banais e que custam muito arrumá-los, fui intercalando essa etapa com outras ao longo do ano (fiz também a Sobrequilha, a Roda de Proa, Impermeabilizei as Trincanizes, os Encaixes nas Trincanizes para suportar a Roda de Proa, Afagamento da Sobrequilha e centenas de metros de Strips).

marcações dos milímetros a serem desbastados

marcações dos milímetros a serem desbastados

Mês passado terminei de afagar as 24 Seções do lado de Boreste, lembrando que a menor tem 1.600 mm e a maior quase 3.500 mm. Trabalhinho duro de terminar... sempre que examino o trabalho feito, parece que há um novo ajustezinho para ser feito.

régua posicionada a 1.800 mm
(é a 6a.etapa do afagamento a boreste)

minha academia, subidas e descidas incontáveis...

posicionamento da régua

revisão dos ajustes a 1.800 mm
(sempre a partir da trincaniz, que é a referência)

Bom saber, que estou quase terminando e não vejo a hora de começar a fixar os Strips... são quase 3.000 metros de comprimento de ripas nas dimensões 35 mm x 22 mm, abauladas com as formas geométricas côncava e convexa para garantir uma boa curvatura do costado.

Assim, ao postar este registro ainda faltam 1 ou 2 semanas de trabalho para fazer os últimos ajustes no afagamento de algumas Cavernas do lado Bombordo.

Tô quase lá... 

mas, o ano acabou!

Um ano 2020 muito bom para todos que acompanham os registros do Veleiro Gabí... 

E, com muita vontade para construir e executar muitas etapas no próximo ano (fechamento com Strips, fibra de vidro, pintura e a grande VIRADA do Casco).


segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Sol e Chuva durante quase 4 anos
... lá se foi o teto do Estaleiro

... acidentes de percurso!

Não esperava por isso... mas, aconteceu! 

O teto da Estufa (meu Estaleiro Amador) rasgou numa manhã enquanto trabalhava e o céu estava escuro prometendo que a chuva seria muito forte.

Ouvi um estalo e vi o toldo se abrindo acima da Proa e em poucos minutos já estava no meio do barco... corri, tentei reduzir os estragos com fitas adesivas que seguraram o rasgo.


um susto... estalo e o teto se abrindo...

estrago feito!

Cobri como pude o casco com lonas plásticas que tinha, esperando que as chuvas não fossem com muito vento.


vista do toldo do estaleiro 60ies

cobertura provisória com lonas plásticas

às vezes o cobertor é curto...

Infelizmente, ao ligar para o fornecedor uma triste notícia... estavam sem agendas, precisaria esparar 4 semanas para que pudessem fazer a manutenção necessária... além do gasto não previsto com essa manutenção.


C'est la vie!


... quem está na chuva, se molha!


Enquanto esperava e aproveitando uma boa ideia que a Rafaela (namorada do Davi) sugeriu... fiz um "remendo paliativo" que permitiu continuar trabalhando no afagamento das Cavernas. Valeu Rafinha!


boas ideias ajudam muito...
valeu Rafinha!

soluções paliativas

Finalmente, manutenção realizada pela Empresa Tropical Estufas de Bragança Paulista, depois de driblar várias chuvas ao longo de intermináveis QUATRO semanas.



toldo retirado
e ajustes para colocação de um novo toldo

dia de sol... isso foi um bom presente!

trabalho árduo... e a chuva se aproximando

colocação das telas

estendendo o novo toldo (teto)

detalhe da fixação da lona plástica

ajustes na cortina frontal

cortina dos fundos colocada

E, a chuva só veio à noite!

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Strips... cerca de 3 mil metros lineares (22x36)

Produção das Ripas para os Strips

Os Strips são ripas utilizadas para a construção do costado, ou seja, do casco propriamente dito.

Depois do Veleiro estruturado com suas Seções e a laminação das Trincanizes, Roda de Proa e Sobrequilha é a vez dos Strips entrarem em cena.

Eles são laminados um a um na Estrutura do Veleiro... fiz alguns cálculos para orçamento e planejamento do volume de Strips necessários e comecei a produção.

Se não errei nas estimativas serão necessários cerca de 2.800 a 3.000 metros de Strips... e o processo para produzí-los envolve várias etapas e são necessárias várias horas em cada uma dessas etapas... mas, fui fabricando aos poucos ao longo dos últimos 3 anos. 

Neste ano, fiz cerca de 2/3 do volume total... assim que recebi uma nova carga de madeira (pranchas de 1 polegada em diversas larguras e comprimentos) de 1,8 metros cúbicos de Cedro Rosa.

Além dos Strips do Costado (que serão 95 Strips do lado de Bombordo e a mesma quantidade do lado Boreste), tem uma Ripa (que eu chamei de Strip da Trincaniz) com 96 mm de largura que servirá de apoio para os Strips e será laminada sobre a Trincaniz.

ripas suporte dos strips

Processo para Produção dos Strips

Abrir as pranchas em ripas: a primeira etapa é na Serra Circular de Bancada. Cada uma das pranchas de 1 polegada de espessura (como são pranchas brutas essa medida variou entre 25 a 31 mm).

carga de cedro rosa chegando

pranchas de cedro rosa disponíveis para os strips
abrindo a prancha em strips na serra circular
abrindo a prancha em strips na serra circular
produção de strips

Ajustar medidas no Desengrosso: após transformar cada prancha em ripas, plainei cada um dos lados no Desengrosso deixando na medida final (22 mm de espessura por 36 mm de altura) e preparados para a etapa do fresamento côncavo e convexo.

As ripas plainadas na medida final foram amarradas com fitilho, cada comprimento anotado na própria ripa e os pacotes de ripas foram armazenados.

fardos de strips por prancha

strips armazenados

strips armazenados
aguardando o próximo processo: côncavo e convexo

Fresamento Cônvaco e Convexo: há 7 anos atrás na visita que fizemos ao João Scuro durante a construção do Veleiro Brasa em São Francisco do Sul, adquiri essas fresas (não tinham sido utilizadas, pois ele optou por construir outro modelo de veleiro com dimensões diferentes para o Strip).

Essa etapa é relativamente rápida, pois apenas um leve fresamento em cada uma das faces do Strip (na medida de 36 mm) são suficientes para esse acabamento.

Mas, a dificuldade: não tenho uma tupia de bancada que aguente esse volume de trabalho e tenha as dimensões necessárias para a utilização dessas fresas.

Depois de algumas pesquisas consegui alugar horas desse equipamento em uma Marcenaria próxima de casa... que facilitou muito o trabalho.

... essa etapa do fresamento da face côncava e da face convexa ficará para 2020.